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Manifesto da OAB-MT lastima contra a repressão e impunidade

26/08/2005 16:58 | Reunião

    A morte da secretária Lydia Monteiro da Silva, ocorrida há 25 anos, quando abriu uma carta-bomba endereçada ao então presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Eduardo Seabra Fagundes, foi lembrada nesta sexta-feira pelo Conselho Seccional da Ordem, em reunião ordinária. O presidente Francisco Faiad leu um manifesto intitulado "A Lastima da Repressão" para, segundo ele, evitar que a classe e toda sociedade se esqueçam daqueles que deram a vida pela construção do Estado Democrático. "Até para que sirva de alerta permanente em nossas mentes para que não percamos de vista nossos ideais de democracia" enfatizou.

    A explosão da carta-bomba ocorreu 13h40 do dia 27 de agosto de 1980. A funcionária Lydia Monteiro da Silva, foi fatalmente vitimada. O atentado ocorreu quando a Seccional de São Paulo e o presidente nacional da Ordem, na qualidade de delegado do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana-CDDPH, insistiam na identificação de agentes e ex-agentes dos serviços de segurança suspeitos das agressões sofridas pelo jurista Dalmo Dallari - sequestrado em 02 de julho de 1980, em São Paulo.

    O atentado foi classificado no manifesto da OAB de Mato Grosso como "ato covarde e repugnante". Lido para todos os conselheiros na sessão plenária, o documento faz coro às críticas pelo fato de os autores desse crime estarem impunes até hoje. Para Faiad, a resposta para as perguntas sobre o atentado são claras e objetivas: tentar intimidar os ideais da Ordem dos Advogados do Brasil "Mal sabiam os responsáveis por ato tão vil e sinistro que faziam explodir mais que uma carta-bomba de morte: explodiram, na verdade, a revolta na classe dos advogados" frisou.

    "Dona Lydia é, sem dúvida alguma, uma mártir da retomada da democracia do Brasil. Infelizmente, ao contrário do que muita gente costuma pregar, nossa democracia também teve muito sangue" acentua o manifesto, ao destacar que, apesar do crime e da impunidade, a morte da secretária do Conselho federal da OAB "não foi em vão" porque "a OAB ajudou, corajosamente, a derrotar aqueles que pregavam a mordaça no povo".

    Abaixo a íntegra do manifesto:

    A lástima da repressão

    "O dia 27 de agosto é uma data triste para a Ordem dos Advogados do Brasil. Morria, no ano de 1980, Lydia Monteiro da Silva. Quis o destino que fosse ela quem abrisse uma carta endereçada ao então presidente do Conselho Federal desta augusta entidade, advogado Eduardo Seabra Fagundes. Ato covarde e repugnante. Dona Lydia morreu a caminho do Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro. Mal sabiam os responsáveis por ato tão vil e sinistro que faziam explodir mais que uma carta-bomba de morte: explodiram, na verdade, a revolta na classe dos advogados.

    Dona Lydia é, sem dúvida alguma, uma mártir da retomada da democracia do Brasil. Infelizmente, ao contrário do que muita gente costuma pregar, nossa democracia também teve muito sangue. Infelizmente, também, até hoje, 25 anos depois, os autores desse crime estão impunes. A quem interessava o atentado "Qual era o objetivo" A resposta é clara: tentar intimidar os ideais desta Casa.

    Dona Lydia morreu. Mas, apesar a impunidade latente, sua morte não foi em vão: a OAB ajudou, corajosamente, a derrotar aqueles que pregavam a mordaça no povo.

     Fazemos questão de lembrar esse ato. A data é simbólica. Não podemos nos esquecer jamais daqueles que deram a vida pela construção do Estado Democrático em nossa Nação. Até para que sirva de alerta permanente em nossas mentes para que não percamos de vista nossos ideais de democracia".   
 
 
 
 
 


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