O presidente da Comissão de Estudos Constitucionais da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcos Relvas, defendeu o acolhimento de reclamações relativas às operações realizadas pela Polícia Federal, em cumprimento a ordens judiciais expedidas pelo juiz Julier Sebastião da Silva, no tocante aos direitos humanos. De posse dessas denúncias, encaminhar representações aos órgãos diretamente ligados ao assunto, inclusive, para Organização das Nações Unidas.
"Temos aqui uma das formas mais violentas de se praticar atos contra os direitos humanos: é a Justiça desrespeitando os direitos individuais asseguradas na Constituição Federal. No momento que isso acontece, chegamos as raias do risco institucional" disse o constitucionista, que participou da primeira reunião de advogados destinada a discutir medidas contra o magistrado. "O ato de prender para depois perguntar e informar porque foi preso é inaceitável. E é exatamente isso que está acontecendo aqui".
Uma das críticas mais acentuadas às operações policiais realizadas em Mato Grosso diz respeito a exposição de pessoas. Os números são duros: nos últimos tempos, mais de 200 mandados de prisão foram expedidos. Desse total, apenas 13 estão presos à espera de julgamento, alguns com mais de 180 dias. A maioria absoluta sequer chegou a ser denunciado posteriormente. "Ficou apenas com o desgaste da prisão" frisou.