A falta de álcool, soro glicosado, dipirona e de equipamentos cirúrgicos, que vitimaram duas crianças em fevereiro, no Pronto Socorro Municipal, levou o Sindicato dos Médicos dos Estado de Mato Grosso (Sindimed) a pedir intervenção da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso através da Comissão de Infância e Juventude, visando soluções para o caos que se encontra a saúde em Cuiabá. As denúncias foram apresentadas pela presidente do Sindimed, Maria Cristina Pacheco da Costa Fortuna, à presidente da Comissão da OAB/MT, Rosarinha Batos, na manhã desta terça-feira (27). Como forma de atestar e formalizar as denúncias vamos realizar uma fiscalização in loco nas unidades de saúde da capital, disse Rosarinha.
A fiscalização da OAB vai acontecer nas 54 unidades de Saúde de Cuiabá, entre elas, no Pronto Socorro Municipal, nas cinco Policlínicas, nos Postos de Saúde da Família (PSF) e demais Pronto Atendimento. Após a fiscalização, a Comissão de Infância e Juventude solicitará audiência pública com representantes do Poder Municipal, Governo do Estado, Ministério Público e representantes da Vara da Infância e Adolescência.
Em 26 meses de governo, Guilherme Malouf é o quinto secretário a assumir a pasta. O problema não está no secretário e sim no gestor, repudiou Maria Cristina relatando os diversos problemas enfrentados pelos médicos com o ex-gestor de saúde da capital, Euclides Santos.
A presidente da Comissão de Infância e Juventude da OAB/MT, Rosarinha Bastos, ficou perplexa ao tomar conhecimento de que nenhuma unidade de saúde, da capital, inclusive o Pronto Socorro Municipal, não possui Alvará da Vigilância Sanitária. É inacreditável, que esse tipo de serviço, essencial para as crianças e adolescente esteja sendo oferecido de forma irregular.
Além da falta de Alvará, segundo denúncia, no Pronto Socorro Municipal, não equipamentos cirúrgicos. Prova disso, na Unidade de Terapia Intensiva não possui tomógrafo, e equipamento de endoscopia. Ficamos de mãos atadas, pois não temos como monitorar os pacientes que se encontram em estado crítico repudiou Maria Cristina. No relatório feito pelos médicos plantonistas, a principal queixa diz respeito à falta de medicamentos básicos, como antibiótico e antiinflamatório.
Outra falha grave, diz respeito a falta de estrutura para atender as crianças e o adolescentes nas unidades de saúde. Tendo em vista que a pediatria só recebe crianças com até 12, o adolescente é remanejado para o boxe de adulto. O mesmo acontece na UTI. A criança e o adolescente tem imunidade baixa, não pode ser receber atendimento junto com um adulto, ficando propicia a doenças transmissíveis, exclamou a representante da OAB.
O Sindimed apresentou para a Comissão de Infância e Juventude um Termo de Compromisso assinado pela Prefeitura Municipal de Cuiabá, datado de 11 de outubro de 2006, na qual se comprometia a implantar concurso público para contratação de novos profissionais, a implantar o Plano de Cargas e Carreiras e Salários, a estruturar as unidades de saúde e providenciar equipamentos de qualidade. Até a data de hoje estamos aguardando essas transformações urgentes e necessárias, finalizou a médica Maria Cristina.