9 de julho de 2006, 21 horas: os policiais militares Zequias Andrade Costa e Dalécio Bonfim, sem qualquer respaldo legal, invadem a propriedade do advogado Rege Ever Vasques e ordenam que fosse desligado o som de um veículo estacionado no local. Em seguida, apesar de a ordem ter sido cumprida, o PM Zequias determinou a apreensão do veículo e ao mesmo tempo algemou Roni Yoshino, que se encontrava no local. O advogado saiu em defesa do cidadão, argumentando que não havia motivo para a prisão de Yoshino.
Os PMs exigiram que Vasques se identificasse. O advogado apresentou sua identidade e para sua surpresa, além de rasgar o seu documento, os dois policiais, mais um terceiro de nome Ericnilson da Costa Lara Filho, passaram a agredi-lo. Preso, Vasques foi levado à Delegacia de Polícia e posteriormente ao quartel da PM, onde, mesmo algemado, foi covardemente agredido pelos três policiais. O advogado sofreu escoriações e fraturas, que o impediram de trabalhar por mais de 40 dias.
Ao ler as notas de desagravo público em favor dos advogados Rege Ever Vasques e Seila Maria Álvares da Silva, o presidente do Tribunal de Defesa das Prerrogativas, Mananciel José da Fonseca, afirmou que a OAB “não se curvará diante de ofensas e violação às prerrogativas do advogado, porque
elas pertencem ao cidadão e este se fala por meio da voz do causídico.”
Para o advogado Rege Ever Vasques, o desagravo público representou, para ele, uma reparação das humilhações e injustiças que sofreu por parte de uma instituição – a Polícia Militar -- criada para defender os cidadãos. Apesar do apoio que recebeu de companheiros de profissão e amigos, Vasques reclama da manipulação e desvirtuamento do noticiário sobre o episódio que o envolveu, tentando transformá-lo de vítima em culpado.